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Foto do escritorFernando Azevedo

Clubes de Leitura : como e para quê?



“O Clube de Leitura constitui um instrumento capaz de fomentar nos participantes a leitura e o debate (Jean, 2000) de assuntos relacionados com a literatura, aspeto que Yoop & Yoop (2006) enfatizam como uma mais-valia, dado que possibilita respostas pessoais em interação com os conhecimentos informais de todos os leitores. Esta atividade concretiza o poder transformador da literacia, permitindo não apenas formar leitores, mas também ajudar os que já são leitores a evoluir nessa sua condição. (...) O Clube de Leitura apresenta diversas vantagens face a outras estratégias metodológicas:


•          É não elitista: qualquer texto pode ser partilhado no âmbito de um Clube de Leitura.

•        É um ato de liberdade: os participantes são livres de partilharem as suas leituras pessoais, emotivas, expressivas relativamente ao que leram. Não há leituras erradas; simplesmente há leituras pessoais. Os Clubes de Leitura podem constituir-se como oportunidades muito relevantes para falar acerca de livros e conversar acerca de aspetos que coletivamente são considerados pertinentes pelos participantes nesse clube. Se em contextos de aprendizagem, muitas vezes, existem leituras obrigatórias, que usualmente são objeto de avaliação e de natureza prescritiva, no Clube de Leitura, esta é assumida como um direito: lê-se por prazer e porque se quer (Cerrillo, 2006), partilha-se aquilo que se quer, sem qualquer necessidade de algo complementar.

•          Possui uma natureza voluntária: a participação num Clube de Leitura reveste sempre uma natureza voluntária; o participante partilha o que bem entende, sem qualquer obrigação ou necessidade de validação. Assim, os Clubes de Leitura jamais podem ser associados a estratégias de avaliação ou a momentos prescritivos ou compulsivos.

Todos os participantes no Clube de Leitura podem partilhar a sua leitura. Espera-se que o mediador também aja desse modo, como forma de estimular todos a participarem. Ressalve-se, porém, que, caso um participante não queira partilhar a sua leitura, a qual pode passar, por exemplo, pela leitura e/ou comentário de uma parte do texto considerada significativa ou expressiva, se respeitará essa vontade e será dada oportunidade a outro membro do clube para expressar os seus pontos de vista.” (Azevedo, 2023, p.110-112)

 

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